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Bem Vindo(a), Jornalista Responsável: Gessica Souza DRT/MS 0001526

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Amor pela vida no campo faz homem trocar serviço público pela agricultura familiar

26 jul 2018 01:43:00

| Rural em Foco

Amor pela vida no campo faz homem trocar serviço público pela agricultura familiar

Estabilidade na carreira, respeitabilidade perante a família e a segurança de poder fazer planos a curto, médio e longo prazo são alguns benefícios que fazem do serviço pública o sonho de muita gente. Contudo, esse não foi o caso de Félix Ramos que há 20 anos trocou a profissão de bancário em uma instituição financeira de renome e a atividade de professor universitário pela vida no campo dentro do município de Itaporã. Um dentre os milhões de brasileiros campesinos que fazem deste 25 de julho, o Dia da Agricultura Familiar, o motivo de orgulho e, também, de gratidão, pois se temos alimento no prato devemos muito a eles.

Atualmente, Félix faz parte da agricultura familiar, um setor que possui uma ampla relevância na economia brasileira, cerca de 70% da comida que chega às mesas dos brasileiros vem dos sítios. Também são as pequenas áreas rurais que respondem por 70% da mão de obra no campo.

A agricultura familiar brasileira é a oitava maior produtora de alimentos do mundo, conforme dados do Banco Mundial. Sabe-se que em todo o País são mais de quatro milhões de famílias envolvidas com a agricultura familiar. Considerado um estado jovem, Mato Grosso do Sul, conta com cerca de 70 mil famílias agrícolas, a maioria nos municípios de Amambai, Aquidauana, Corumbá, Dourados, Itaquiraí, Miranda, Nioaque, Nova Andradina, Ponta Porã, Sidrolândia e Terenos. A agricultura familiar brasileira é a oitava maior produtora de alimentos do mundo, conforme dados do Banco Mundial. tam maior índice de famílias na zona rural.

Em meio a esse cenário produtivo, o agricultor Félix Ramos lembra sem arrependimento da decisão que tomou. “Na época muitos me chamaram de louco, que qualquer analfabeto poderia fazer esse serviço que eu queria, mas não me arrependo. Sou filho de agricultores familiares que vieram da Bahia, cheguei ao Estado pequeno, com dois anos de idade. Cresci, fiz faculdade, cheguei a dar aulas como professor universitário em Ciências Contábeis e, na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul [UFMS], fui professor substituto no curso de Administração. Porém, o sonho era voltar para o campo”, lembra.

A agricultura familiar brasileira é a oitava maior produtora de alimentos do mundo, conforme dados do Banco Mundial.

Para ele tudo tem seu tempo certo e, a prova disso, vê diariamente dentro do sítio. “Trabalho com meu filho, minha esposa e um funcionário com carteira assinada. Mexemos com rapadura, paçoca e pé de moleque e graças a Deus o nosso trabalho têm dado certo”.

Quando questionado se alguma vez se arrependeu pela escolha que fez a resposta é direta. “Digo que meu trabalho antes era vender papel, ser muito abstrato. Tenho formação na área de ciências sociais também e banco tem ideologias mais voltadas ao capital, enquanto eu me via voltado mais para as pessoas. Aqui eu conquistei minha clientela, tenho minha rotina de vida e por muito tempo vivi ao lado do meu pai”.

Um valor cujo preço é inestimável para o produtor. “Agora, ele (o pai) está na cidade por conta da idade avançada. Mas, por muito tempo fomos vizinhos. O sítio dele era ao lado do meu”, conta Félix que ainda enumera outras conquistas galgadas após a troca da carreira pública pela agricultura familiar. “Felizmente a gente tem clientela em todas as cidades de Mato Grosso do Sul. Em Campo Grande, por exemplo, é possível achar os nossos doces no Mercadão. É só andar por lá que você vai encontrar os doces Nova Flora”, afirma com satisfação.

Entretanto, engana-se que trilhar este caminho foi sempre fácil. Como toda profissão a agricultura familiar tem seu preço e exige um planejamento estratégico, talvez, digno de um matemático. “No início me vi um pouco perdido. Busquei orientação em entidades como a Embrapa e a Agraer. Na busca por querer dar certo, acabei diversificando demais. Nos meus 13 hectares de sítio, eu mexi com leite, queijo, rapadura, peixe, carneiro, frango, horta, polvilho e farinha de mandioca. Você diversifica muito e não se torna especialista em nada”, avalia.

Rapadura, paçoca e pé de moleque são resultados do trabalho.

Na Capital é possível achar os doces no Mercadão Municipal.

Foi a partir daí que ele calculou melhor os próprios passos. “Eu comecei a pensar com que eu ia concorrer. A gente tem que ser grande naquilo que faz e na agricultura familiar não cabe mais mexer com milho, soja, boi, isso são coisas para o grande e médio produtor. A rapadura eu vi que não tinha ninguém legalizado e vi aí uma oportunidade”.

De lá para cá a agroindústria da família Ramos tem uma produção que chama a atenção. “Produzimos de dois a três mil litros de melado e são utilizadas de 30 a 40 toneladas de cana por mês. Uma parte a gente mesmo planta e outra a gente compra ou, às vezes, recebemos doações de produtores que plantam para fazer ração animal, sobra cana e para não jogar eles doam”.

E se não bastasse à qualidade do produto, os doces ainda guardam outra iguaria que cada vez mais é rara na vida moderna: o trabalho artesanal de uma receita de família. Na agroindústria é possível ver o melado sendo preparado no tacho e depois indo para as formas de madeira, enquanto as paçocas passam pela mesa de mármore e régua para corte. “O doce eu aprendi com meus pais, quando ainda era criança. A gente fazia muito para confraternização, principalmente no Natal”.

Texto e fotos: Aline Lira – Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) 

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