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Bem Vindo(a), Jornalista Responsável: Gessica Souza DRT/MS 0001526

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Com ações focadas nas pessoas, “Agosto Lilás” conta com união de diferentes órgãos para atender às mulheres vítimas de violência.

16 ago 2021 22:26:00

| Entrevista em Foco

Com ações focadas nas pessoas, “Agosto Lilás” conta com união de diferentes órgãos para atender às mulheres vítimas de violência.

Trabalho liderado pela Primeira-Dama Meire Calderan e Coordenadoria da Mulher integram CRAS, CREAS, Prefeitura, Governo do Estado e segmentos da segurança pública do município.

Redação

Em boa parte dos casos de violência doméstica o silêncio das mulheres vítimas e das pessoas que as rodeiam é a prática mais abominável, afinal chegou-se a um consenso “briga de marido a mulher se mete e colher, defendendo a mulher”.

É com esse objetivo que o município integra todos os setores de atendimento à sociedade para atender denúncias e realizar ações que vão de encontro à necessidade de se combater esse mal, infelizmente, cada vez mais crescente em nossa sociedade.

Tudo isso ocorre em um trabalho integrado, liderado pela Primeira-Dama Meire Calderan e Jamaika do Carmo que assumiu recentemente a Coordenadoria da Mulher, formada em Assistência Social, reforça o já competente time do município no apoio e atendimento às mulheres.

O “Maracaju em Foco” visitou a Coordenadoria da Mulher e conversou com a Primeira-Dama do município e a responsável pela Coordenadoria da Mulher, objetivando informar a comunidade e as possíveis vítimas, sobre como proceder nos casos de violência doméstica.

Maracaju em Foco: Notamos que as ações ligadas ao “Agosto Lilás” estão buscando envolver a sociedade, através de publicações nas redes sociais e apoio dos mais diversos segmentos da nossa sociedade. Qual o objetivo desse trabalho?

Jamaika do Carmo: Nosso intuito é envolver a sociedade, dizer a vítima e a todas as pessoas próximas para “não se calarem!”. Muitas vezes pensamos em não se interferir na briga do vizinho, ouvimos gritos e pensamos “amanhã eles voltam”, mas o que verdadeiramente queremos é que a sociedade denuncie!

Quando você ligar, não precisa dizer o seu nome, afinal é muito mais fácil você denunciar e eles retomarem o relacionamento e até mesmo cessar as brigas do que você não denunciar e no dia seguinte ter que participar do velório dessa mulher, algo que, infelizmente, vem ocorrendo cada vez mais.


Jamaika do Carmo, experiência e qualificação profissional para exercer o cargo de Coordenadora da Mulher - Foto: Gessica Souza

Jamaika do Carmo ainda ressaltou que o objetivo do município é empoderar a mulher, auxiliando para, caso ela queira, tirar ela da vida de violência, afinal muitas vezes sem o apoio, ela mesma não consegue, bem como orientar que todo cidadão é corresponsável por uma mulher próxima estar sendo vítima de violência doméstica.

A mesma ainda esclareceu que a violência doméstica não é uma característica de apenas um segmento da sociedade, ela existe desde a classe mais alta até a mais baixa.

Ás vezes, você vê uma funcionária sua, chegando com uma marca roxa no braço, bem como mais receosa, notando uma verdadeira mudança no comportamento. O ideal é você abrir um diálogo, ouvindo-a, sendo constatada a violência, tem a obrigação de cooperar, indicando a ela os meios corretos para estar se libertando e saindo desse círculo vicioso que, infelizmente, tornou-se uma rotina em nosso país e, consequentemente em nossa cidade que é a violência contra a mulher.” Explicou Jamaika do Carmo – Coordenadoria da Mulher.

Maracaju em Foco: Há algumas pessoas que ainda “custam a acreditar” que esse tipo de violência existe em nossa cidade, trata-se de algo fundamental ressaltarmos que essa violência existe e pode estar muito próxima de nós.

Jamaika do Carmo: Desde quando assumi em Julho deste ano, já atendemos 17 mulheres, isso mesmo, pouco mais de um mês, dezessete mulheres já passaram por nós, fora as que ainda não conseguiram sair desse círculo e denunciar, ou seja, infelizmente há muitos casos em nossa sociedade.

Recentemente, concedemos uma entrevista a rádio, logo após já tivemos o contato de uma mulher pedindo ajuda, infelizmente, observando os casos concretos a própria sociedade se indaga “não acredito que isso acontece aqui!”, mas infelizmente acontece e é real.

Já recebemos pessoas machucadas, mordidas e feridas, tudo muito desumano, notamos também que a própria mulher tem medo, muitas vezes acha que vai mudar e nos procura apenas com o objetivo que elas mesmas dizem de dar apenas um “sustinho” nos companheiros ou ainda falam “ele só fica violento quando bebe”, simplesmente respondemos, quer dizer que se ele beber todos os dias, ele sempre será agressivo?! E isso acontece com as pessoas que você menos imagina, por isso é fundamental denunciar e apoiar essa causa, infelizmente a violência doméstica está em todos os lugares!

“Sempre afirmo à Primeira-Dama que a Coordenadoria da Mulher conta com duas coordenadoras, tanto eu, quanto ela está atuando, ela é uma grande parceira. Me liga, apoia e dá uma liberdade fundamental para trabalharmos. Nos falamos diariamente, inclusive já ocorreu de dialogarmos no domingo, afinal os casos, não têm hora e nem dia para ocorrerem, trabalhamos de forma conjunta e isso traz resultados.” Jamaika do Carmo sobre a parceria com a Primeira-Dama Meire Calderan na luta contra a violência doméstica.

Maracaju em Foco: Meire, é importante ressaltarmos que tudo é mantido no mais absoluto sigilo, podendo a mulher ou a pessoa próxima denunciar com tranquilidade. Agora, estando pouco mais de sete meses na gestão, era possível imaginar essa quantidade expressiva de casos?

Meire Calderan: Sim, já tínhamos conhecimento e ouvíamos sempre fatos sobre esse assunto, desde um “empurrão” até uma palavra negativa, afinal há vários tipos de violência, não apenas a agressão em si. Ainda há casos de mulheres que acham “normal” um empurrão ou um beliscão, mas não é, tudo isso é violência e muitas vezes é a “porta de entrada” para outras bem maiores!

Já há a agressão com palavras que visam diminuir a estima da mulher, aliás encontramos casos de mulheres tão agredidas verbalmente que as mesmas não tem mais estima nenhuma, totalmente diminuídas pela força das más palavras emitidas pelo companheiro, são expressões como “você não sabe fazer nada!” ou “você é uma inútil”, isso também é violência, mulher deve ser tratada com respeito e carinho, sempre!

Por isso, vamos trabalhar e ampliar ainda mais as questões de empoderamento feminino, auxiliando-as na capacitação para o mercado de trabalho, valorização pessoal, justamente para facilitar com que ela consiga sair dessa violência e demonstrando que há inúmeras novas e melhores possibilidades para se viver!


Primeira-Dama Meire Calderan: "Administração municipal está voltada as necessidades e atenção as causas das mulheres" - Foto: Gessica Souza

“Sabia que tinha essa violência em nossa sociedade, sempre comento com a Jamaika que deve haver muito mais, afinal apenas uma minoria nos procura, denuncia. Acredito que se todas viessem nos procurar, teríamos que ter muito mais gente para atender e é isso que queremos! Acredito que a vergonha e o medo ainda são motivos para não procurar ajuda, nos últimos dias a procura tem aumentado e isso se deve muito à Jamaika e agradeço-a, acertamos muito em colocar ela nessa função, ela tem a confiança das pessoas.” Meire Calderan.

Meire ainda enalteceu a discrição de Jamaika no exercício da função, salientando que o sigilo é totalmente cumprido, garantindo que o apoio e suporte as vítimas irá ocorrer e vidas serão mudadas e preservadas.

Maracaju em Foco: Como é o diálogo com o Prefeito Marcos e como ele avalia as atividades do social do município? Frente ao combate à violência doméstica.

Meire Calderan: Temos total liberdade para trabalhar e o Prefeito Marcos Calderan quer empenho total neste segmento, assim como nós, acredita que há muitos casos que não saem, devido ao medo de denúncia.

O Marcos tem até pelo seu histórico de prestação de serviços às entidades, uma extrema preocupação com as pessoas, por isso, quer que cada vez mais, busquemos condições de possibilitar as mulheres que denunciem e tenham liberdade financeira, emocional e pessoal para sair da violência doméstica.


Primeira-Dama Meire Calderan e Jamaika do Carmo em visita a Casa da Mulher Brasileira - Foto: Divulgação

Maracaju em Foco: Além da agressão física em si, há outros tipos de violência que envolvem finanças, por exemplo, e algumas mulheres nem sabem que existem e nem notam que estão sendo “violentadas”. Fale sobre elas.

Jamaika do Carmo: A violência patrimonial envolve desde a um celular retido pelo companheiro, até mesmo documentação. Estamos nos capacitando e temos uma boa parceria com a Sala Lilás da Polícia Civil e com o Comandante da Polícia Militar de nossa cidade que é o Tenente Cleder.

Jamaika ainda explicou as etapas de atendimento a essas mulheres, não apenas as vítimas de violência física em si, mas englobando todos os outros tipos de violência como patrimonial, psicológica, sexual e moral.

A pessoa busca uma orientação conosco ou até mesmo um acolhimento, dependendo do caso, encaminhamos para a Sala Lilás, Polícia Militar ou o CREAS, através da Leiza, tudo isso demonstra o nosso leque de opções para ajudar a mulher, são verdadeiros parceiros. O CREAS, por exemplo, conta com o suporte jurídico com a Dra. Ranilu, afinal a advogada já tem acesso ao juiz, promotor e está apta a defender a mulher, inclusive ingressando com um pedido judicial de proteção, entre outros.” Explicou Jamaika do Carmo.


Capacitação e reconhecimento: Maracaju conta com atenção voltada as mulheres vítimas de violência doméstica - Foto: Divulgação

Maracaju em Foco: A violência é praticada além das mulheres, também em crianças e idosos, como funciona este trabalho?

Jamaika do Carmo: Nossa prioridade e a mais comum é entre as mulheres, mas há sim, infelizmente, casos contra crianças e idosos, atendemos todos os casos, especificamente do sexo feminino, outros casos encaminhamos também a Assistência Social, através da Dirlene que também é nossa parceira, aliás um dos objetivos de nosso trabalho é estarmos interligados, todas as pastas do município, trabalhando contra qualquer tipo de violência doméstica.

Por exemplo, casos que envolvem violação de direitos, envolvemos o CREAS, costumo dizer que é o “PROCON do cidadão”, lá há a advogada, psicóloga, assistente social e todo o suporte necessário para atender as pessoas que são acometidas de violência doméstica.


Polícia Militar de Maracaju está atenta aos casos de agressão as mulheres - Foto: Divulgação

Jamaika ainda ressaltou que brevemente o município terá o FAC – Fundo de Apoio à Comunidade, através deste setor, haverá cursos profissionalizantes, através da Secretaria de Assistência Social. Também ressaltou que está sendo dada uma atenção especial às localidades mais distantes do perímetro urbano de Maracaju como Vista Alegre, Assentamentos, Quilombola e Aldeia.

Maracaju em Foco: Maracaju contou com uma recente queda em todos os indicadores de crimes, exceto de violência doméstica. Há ainda uma dificuldade da mulher sair desse círculo da violência?

Jamaika do Carmo: Fui vítima de violência doméstica, quando fui fazer uma capacitação, me apresentei como uma vítima, contando com inclusive medida protetiva.

A mulher tem que compreender que se ela ouve que “essa blusa não ficou boa em você”, mas você achou que fica bem, pode e deve continuar utilizando-a, não podemos aceitar qualquer imposição contra a nossa vontade.

Quero tranquilizar as mulheres, temos uma Coordenadoria da Mulher ativa e forte, bem como outros setores parceiros para ajudar ela a sair dessa mal, vamos buscar cursos, capacitação e empoderar essas mulheres, nossa Primeira-Dama Meire tem um coração muito humano e voltado para as pessoas, não tenham dúvidas, há muita coisa boa vindo por ai!


Polícia Civil e Sala Lilás, unidas para atender as mulheres vítimas de violência doméstica - Foto: Divulgação

Meire Calderan: Cito um exemplo importante, esses dias conversando com um empresário, ele comentou que havia uma colaboradora que não queria ir embora do trabalho, dava o horário e ela não saia, indo cada vez mais tarde para casa, bem como observou que cada dia ela estava mais “para baixo”, diante disso, indagou ela, quando a funcionária se abriu, pediu ajuda, posteriormente conseguiu se separar, enfrentou as dificuldades e atualmente se sustenta e vive super bem, por isso que digo é necessário dar este primeiro passo e contem conosco para ajudar!


Câmara realiza evento: “A importância da política no enfrentamento à violência contra a mulher” ocorrerá o dia 26-08 as 19 horas na Câmara Municipal - Foto: Jeferson Arévalo

Por fim, Jamaika ressaltou que haverá uma grande ação de encerramento do Agosto Lilás, prevendo boas surpresas para as mulheres, através da Primeira-Dama Meire Calderan.

“NÃO SE CALE, VENHA ATE NÓS! BRIGA DE MARIDO E MULHER, A GENTE SALVA A MULHER!” – Jamaika do Carmo – Coordenadoria da Mulher de Maracaju.

Conheça os tipos de violência doméstica e que estão tipificados na Lei Maria da Penha

Estão previstos cinco tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher na Lei Maria da Penha: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial − Capítulo II, art. 7º, incisos I, II, III, IV e V.

Violência Física: Entendida como qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal da mulher. Exemplos: espancamento; atirar objetos, sacudir e apertar os braços; estrangulamento ou sufocamento; lesões com objetos perfurantes ou cortantes; ferimentos causados por queimaduras ou armas de fogo; tortura.

Violência Psicológica: É considerada qualquer conduta que: cause dano emocional e diminuição da autoestima; prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento da mulher; ou vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões. Exemplos: Ameaças; constrangimento; humilhação; manipulação; isolamento proibindo de estudar, trabalhar, viajar ou de falar com amigos e parentes); vigilância constantes; perseguição contumaz; insultos; chantagem; exploração; limitação do direito de ir e vir; ridicularização; tirar a liberdade de crença e outros.

Violência Sexual: Trata-se de qualquer conduta que constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força. Exemplos: estupro; obrigar a mulher a fazer atos sexuais que causam desconforto ou repulsa; impedir o uso de métodos contraceptivos ou forçar a mulher a abortar; forçar matrimônio, gravidez ou prostituição, por meio de coação, chantagem, suborno ou manipulação; limitar ou anular o exercício dos direitos sexuais e reprodutivos da mulher.

Violência Patrimonial: Entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. Exemplos: controlar o dinheiro; deixar de pagar pensão alimentícia; destruição de documentos pessoais; furto, extorsão ou dano; estelionato; privar de bens, valores ou recursos econômicos; causar danos propositais a objetos da mulher ou dos quais ela goste.

Violência Moral: É considerada qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria. Exemplos: Acusar mulher de traição; emitir juízos morais sobre a conduta;  fazer críticas mentirosas; expor a vida íntima; rebaixar a mulher por meio de xingamentos que incidem sobre a sua índole; desvalorizar a vítima pelo seu modo de se vestir.

Com informações do Instituto Maria da Penha

Canais de Denúncia: 180 – 190 – Assistência Social 3454-1363, CRAS 3454-4712 e Coordenadoria da Mulher, próximo a ASSEMA.

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FARMÁCIA DE PLANTÃO: Confira aqui no "Maracaju em Foco" o calendário das Farmácias de Plantão, vá direto ao link a selecione o mês desejado, clique aqui.

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Reportagem: Ben Hur Salomão Teixeira

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