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Bem Vindo(a), Jornalista Responsável: Gessica Souza DRT/MS 0001526
20 ago 2025 17:07:06
| Colunista em Foco
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Foto de Capa: Peterson Paiva
A digitalização do mundo jurídico trouxe benefícios, mas também um perigo silencioso. Criminosos agora usam a facilidade de acesso a informações de processos nos sites dos Tribunais de Justiça para aplicar golpes, causando prejuízos a cidadãos que aguardam uma solução para suas causas.
A pandemia acelerou a digitalização da sociedade. O que começou como uma necessidade, hoje é rotina, com o trabalho e as interações sociais migrando para o ambiente digital. O Poder Judiciário, em busca de mais agilidade, também aderiu a essa transformação.
A informatização é algo que veio para ficar em todos os setores da sociedade, e no Poder Judiciário não podia ser diferente, balcão virtual, processo 100% digital, entre outros, são maneiras de tentar desburocratizar e tornar célere o processo, buscando uma efetiva entrega do chamado bem da vida ao cidadão que teve seu direito violado.
Um princípio fundamental do Judiciário é o da publicidade processual. Isso significa que, na maioria dos casos, os processos são públicos e suas informações estão disponíveis na internet. É justamente essa facilidade de acesso que tem sido explorada pelos golpistas.
Os processos judiciais, em sua maioria, são públicos e estão disponíveis nos sites dos Tribunais, o que permite que criminosos usem essas informações para aplicar golpes, causando prejuízos a pessoas de bem que estão no aguardo de uma solução para o caso que está em análise do magistrado, e que quem acompanha é seu advogado.
Várias são as maneiras que os golpistas utilizam para a aplicação desse tipo de golpe, e alguns cuidados são necessários para que o cidadão não seja surpreendido com um prejuízo financeiro.
Atualmente uma das principais é via aplicativo WhatsApp, entrando em contato com a pessoa que tem algum processo junto ao Fórum, passando-se por seu advogado, inclusive clonando a foto ou imagem do próprio profissional, e tentando passar confiança à pessoa por meio de informações precisas como valor da causa, contra quem é a demanda, o nome do advogado, gerando assim a proximidade com a vítima até o ponto de ficar tranquilo para aplicar o golpe.
Depois de adquirir a confiança, o golpista parte para a ação: ele extorque a vítima pedindo valores via Pix, enviando falsos boletos, ou até mesmo solicitando informações sigilosas como senhas e dados bancários.
Existem sinais claros que podem ajudar a identificar uma tentativa de golpe e impedir que você tenha prejuízo.
Criminosos usam nomes de advogados e de instituições confiáveis, como bancos e tribunais, para tentar enganar as vítimas. Eles costumam criar um senso de urgência, afirmando que você precisa agir rápido para "não perder o valor", e inventam termos falsos, como "valor congelado em nuvem do banco". O objetivo é sempre o mesmo: obter informações sigilosas, como senhas, códigos ou até mesmo prints de extrato.
Qualquer mensagem que chegue de um canal não oficial, com erros de português, promessas de liberação de valores de forma rápida e, principalmente, pedidos de dados pessoais ou bancários, é um forte indício de golpe. É fundamental saber o que um advogado nunca faz: ele não solicita senhas, tokens ou códigos, nem pede para "proteger" um saldo de imposto de renda em conversas informais. Desconfie de qualquer pedido que envolva dados sigilosos ou transferência de valores.
Para se proteger, a regra principal é: confirme sempre o contato por canais oficiais. Desconfie de qualquer mensagem que crie pressão ou urgência. Nunca compartilhe prints ou dados bancários por aplicativo de mensagens. Se suspeitar de algo, entre em contato diretamente com o seu advogado pelo número que você já tem agendado ou vá até o escritório. E, claro, sempre denuncie as tentativas de fraude.
Lembre-se de algo essencial: seu advogado raramente trocará de número de telefone sem um aviso prévio. Se alguém entrar em contato de um número desconhecido, passando-se por ele, desconfie imediatamente. A probabilidade de ser um golpe é altíssima. A melhor forma de se proteger é ir pessoalmente ao escritório ou ligar para o número que você já tem cadastrado antes de efetuar qualquer transferência ou fornecer dados pessoais.
Importante: o fórum ou a Justiça não ligam para cidadãos pedindo dados bancários ou dinheiro. As comunicações oficiais do Judiciário são feitas por meio de Diário da Justiça, intimação oficial ou diretamente pelo advogado constituído no processo. Caso você receba uma ligação suspeita, desligue imediatamente e confirme a informação com seu advogado.
Como diz o ditado, 'o seguro morreu de velho'. Portanto, suspeite sempre de promessas milagrosas e de dinheiro rápido e fácil. Lembre-se que o golpista não tem moralidade e não se importa com o seu prejuízo. Não facilite para ele.
Alecsander Morais Alano
Advogado
OAB/MS 19248
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