Dr. Francisco Netto: Depressão não é tristeza.

O “transtorno depressivo maior” ou simplesmente “depressão” acomete pelo menos 11 milhões de brasileiros, sendo uma das doenças que mais afastam pessoas do trabalho.

Caracterizada por sentimentos de tristeza ou perda de interesse por atividades que antes eram prazerosas, a depressão pode levar a uma série de distúrbios físicos e emocionais, comprometendo significativamente as atividades domésticas e profissionais.

Os sintomas costumam variar de leves a graves, devendo durar pelo menos duas semanas para se estabelecer um diagnóstico de depressão, podendo incluir:

- Tristeza;

- Humor deprimido;

- Desinteresse por atividades que antes eram prazerosas;

- Alterações no apetite (perda de peso ou ganho não relacionado à dieta);

- Insônia ou dormir demais;

- Perda de energia ou aumento da fadiga;

- Baixa autoestima;

- Sentimento de culpa;

- Dificuldade de concentração ou tomada de decisões;

- Pensamentos de morte ou suicídio.

Contudo, ficar triste não é o mesmo que ter depressão. A morte de um ente querido, a perda de um emprego ou o fim de um relacionamento são experiências que nos causam tristeza e nos afastam de atividades habituais, porém se diferem da depressão em alguns aspectos importantes.

No luto, por exemplo, a autoestima é mantida e os sentimentos dolorosos vêm em ondas, muitas vezes misturadas com boas lembranças da pessoa que se foi. Já na depressão, o humor e o prazer desparecem por mais de duas semanas, além da pessoa se sentir inútil e com aversão a si mesma.

A situação pode se tornar grave quando alguém já depressivo sofre alguma perda. Apesar de ocorrer uma sobreposição entre tristeza e depressão, elas são diferentes. Nesses casos, distingui-las com o auxílio de um profissional pode ser crucial para que a pessoa receba o tratamento adequado.

Dr. Francisco José Netto

Saúde Mental

CRM-MS 9657

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