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Bem Vindo(a), Jornalista Responsável: Gessica Souza DRT/MS 0001526

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Na luta contra o câncer, descoberto através do autoexame, Flaviane conta com o apoio da família e fé inabalável, confira.

12 dez 2017 14:00:00

| Entrevista em Foco

Na luta contra o câncer, descoberto através do autoexame, Flaviane conta com o apoio da família e fé inabalável, confira.

Janio o marido e Flaviane unidos com fé inabalável e muito amor na luta contra o câncer - Foto: Cedida pela família.

Redação

Talvez uma das notícias mais difíceis que uma mulher pode receber é o diagnóstico de câncer, e o fato marcou o ano de 2017 de Flaviane Teixeira Franco de 36 anos, com família residente em Maracaju a mesma conta sua história de luta e sabedoria em um momento de dificuldade, sendo que nesse momento a força partiu de sua família e da fé inabalável mesmo diante da descoberta da doença.

Jovem, ainda não estando na idade prevista pelos médicos para a realização dos exames preventivos, a mesma descobriu a doença durante o banho, através do importante, porém esquecido autoexame.

Não estava preocupada com qualquer doença, pois ia anualmente ao ginecologista, mas foi na realização do autoexame que detectei um pequeno caroço na mama foi quando então me atentei, já que devido à idade, por ainda não ter atingido os 40 anos, jamais havia feito uma mamografia.” Salientou Flaviane.

Nos Estados Unidos, estima-se que em 2014 foram diagnosticados mais de 200 mil novos casos em mulheres e 40 mil mortes. Embora o câncer de mama atinja, com maior frequência, pessoas do sexo feminino, a doença também pode afetar os homens. Foram mais de dois mil casos e cerca de 430 mortes, nesse mesmo ano, de acordo com o National Cancer Institute.

Os principais sintomas que levantam a suspeita do câncer de mama são os nódulos palpáveis na mama ou região das axilas, alterações na pele que recobre o local do nódulo e ainda região da mama com aspecto parecido a uma casca de laranja.

O “Maracaju em Foco” dialogou com Flaviane, visando conhecer sua história e ainda auxiliar mulheres que passam pelo mesmo desafio ou, ainda disseminar a importância do autoexame e a realização de visitas constantes ao médico.

Maracaju em Foco: Qual foi o seu primeiro pensamento ao descobrir esse nódulo na mama e quais foram suas providências?

Flaviane: Confesso que na hora pensei assim que seria apenas uma glândula e nada maligno, simplesmente uma glândula de gordura. Costumava ouvir muito que diversas pessoas possuíam glândulas de gordura, e foi justamente o que eu pensei na hora, no primeiro momento foi isso, que depois ia desaparecer dali, sempre realizei o toque, mas nunca tinha detectado nada. Tinha uma viagem prevista ainda em Dezembro e detectei no final de Novembro, diante das festas de final de ano, pensei que somente poderia ir ao médico no início de 2017, devido à dificuldade de marcar consultas neste período de  encerramento do ano.

Maracaju em Foco: Você enfrentou dificuldades no diagnostico, mas com sua suspeita através do autoexame buscou todas as possibilidades para confirmar a doença e efetivar o inicio do tratamento. Conte para a gente sobre isso.

Flaviane: O primeiro ultrassom eu fiz em 09-01-2017, sendo que depois marquei a consulta com a ginecologista e a secretária falou assim, olha ela só vai atender em fevereiro, mas na mesma hora falei para mim mesma que não poderia esperar até Fevereiro, pois aquilo me incomodava, já que o caroço não diminuía, retornei a ligação e peguei o pedido de exame. O primeiro médico fez o exame e não detectou nada, mas minha intuição dizia que aquele resultado não era o correto, e me senti envergonhada de cobrar o médico, mas cobrei e, mesmo assim, foi dito que estava tudo normal. Fui para casa com aquele resultado, meio que me tranquilizei nos primeiros momentos, já que ele falou que não era nada para me preocupar. Porém, minha médica só ia poder me atender em Fevereiro e eu continuava sentindo, e no meu ponto de vista aquele carocinho estava crescendo, mesmo sentindo que não poderia esperar... esperei.

Após o seu retorno, em meados de Fevereiro, levei para a médica e mostrei o resultado do exame e foi quando falei para a doutora só que a senhora não fez o exame em mim porque eu não vim na consulta, eu peguei esse pedido antes. Mesmo ela observando que os exames apresentavam tudo normal, ela pediu exame de sangue, já que eu continuava a sentir o caroço e a própria médica efetuou o autoexame em mim, na ocasião ela também falou que não era nada e fui embora para casa com aquele resultado de que não era nada né... só que continuou o caroço, eu achava que ele estava crescendo, ainda mais rápido nos meses iniciais do ano

Mesmo assim, procurei minha cardiologista, que ao efetuar o toque me sugeriu realizar a mamografia e diante das dificuldades para realizar o pedido pelo plano de saúde que felizmente tenho, fui e paguei visando obter a informação mais rápida, já que a situação estava cada dia mais me incomodando.

Maracaju em Foco: E como foi o receber o resultado deste exame e a confirmação da notícia que estava diagnosticada com câncer de mama?

Flaviane: Após ter feito a mamografia e cumprido os prazos, fui retirar o exame, quando a colaboradora da clínica perguntou se eu tinha médica particular, me indicando para levar o exame a uma mastologista. Quando ela me falou isso, na hora pensei, algo foi detectado. Como não tinha mastologista ainda, procurei uma indicada pela minha tia e na hora que mostrei o exame para essa doutora e contei que nada havia sido detectado em outros exames, a mesma efetuou o toque e na hora detectou também. Quando ela sentiu e eu olhei para ela, eu mesma falei que alguma coisa de errado tinha, principalmente devido ao caroço que já tinha um tamanho ainda mais considerável.

Após isso, a Doutora pediu novos e outros exames, me encaminhando para outras clínicas afim de confirmar a doença. Em posse dos novos exames, procurei novamente a Doutora e ela confirmou que era câncer e lembro-me que ainda indaguei se era benigno, somente obtive resposta que não exista câncer benigno, nesse momento a doença já era fato confirmado, após isso fui para a etapa de punção.

No início a gente não quer acreditar, mas digo que já estava sendo preparada por Deus para esse momento, pois eu mesma insisti tanto para efetivar os exames, não aceitando uma primeira opinião e, correndo atrás de uma outra informação. Indaguei a Doutora qual era o estágio da doença, foi quando ela me disse que estava no estágio dois, totalizando quatro estágios.

Diante do diagnóstico, qualquer notícia era positiva e me senti motivada com o tamanho do câncer que ainda não girava em torno de 3 centímetros, o que assegurou a não necessidade da retirada da mama.

O que pensei quando descobri a doença, que não queria fazer o tratamento por ser muito agressivo. Porém, em um dos dias que fui fazer a quimioterapia encontrei com uma menininha, que deveria ter no máximo 8 anos e que vem lutando com o câncer, a mãe dela falou para mim: agora ela vai ter que fazer durante 3 anos toda terça-feira. Fiquei até com vergonha, pois eu estava reclamando e a menininha de 8 anos estava lutando, e eu iria terminar já em Dezembro as quimioterapias. Então assim, você vê o seu sofrimento, e eu já sou adulta, ver uma menininha de 8 anos passar por isso enquanto eu queria fugir. Então eu pensei: Ah meu Deus, não posso ficar reclamando né?

Daquele momento em frente, resolvi encarar o problema, tirar forças de Deus, mesmo chorando na frente da médica, até pelo fato de conhecer a gravidade do tipo da doença, foram momentos iniciais muito difíceis, até chegar a aceitação.

Maracaju em Foco: E como foi contar para a família?

Flaviane: Mesmo nascida em Maracaju, moro em Campo Grande, na hora do diagnóstico estava com meu filho no consultório, além da namorada dele. Na sala da médica estava sozinha, meu filho estava mais nervoso que eu mesma, era visível. Na hora da descoberta dentro do consultório estava mais preparada, já havia feito a leitura do exame, a médica apenas confirmou minhas suspeitas.

Descobri a doença de fato uma semana antes do Dia das Mães, isso assustou um pouco, mas a Doutora foi prática e já marcou a data da cirurgia para o dia 23 de maio, já estava preocupada com tudo, cirurgia, pós-operatório, quimioterapia e etc. Novamente coloquei Deus diante desse tratamento, pois era comum escutar que tudo era muito rápido, inclusive o espalhar da doença no corpo, vem um verdadeiro turbilhão de informações e isso inicialmente assusta a gente.


Rosane (mãe), Flaviane e Carol (irmã) em momento de felicidade - Foto: Cedidas pelas família

Maracaju em Foco: E como está sendo o tratamento?

Flaviane: A própria médica me falou que o câncer é uma doença agressiva, lembro-me ainda que ela falou que não tem como tratar uma doença que nem o câncer simplesmente com água e açúcar ela falou, explicitando que o tratamento deve ser feito com o que há de melhor, nesse momento fui motivada já que a cada tempo o tratamento está ficando melhor, ou seja, tanto a tecnologia quanto os estudos estão evoluindo. Meu tratamento está sendo feito com que há de melhor, tanto é que se eu viajasse para Barretos seria tratada com esses mesmos tipos de medicamentos, bem como se o tratamento também fosse no exterior.

Fiz a cirurgia, retirei o tumor e estou na fase da quimioterapia que vai até o meio do ano de 2018. Enfrentei enjoos, muita dor de cabeça nas quatro primeiras que eu fiz a quimioterapia. O mais difícil é após ela, já que sofro por vários dias o efeito dela.

Maracaju em Foco: Qual foi um dos momentos mais difíceis que você enfrentou?

Flaviane:  O cabelo, pois a mulher tem essa parte, só que aí o cabelo começa a cair ao ponto de começar a ficar feio, ficar com falhas na cabeça e quando eu me vi com aquele monte de falhas. Foi talvez um dos momentos mais difíceis, sentei no chão do meu quarto, meu marido ficou junto comigo naquele momento e eu comecei a puxar o cabelo e começou a sair muito cabelo, fui colocando no chão o cabelo que caía, então eu chorei bastante naquele domingo, foi quando meu filho me viu retirando um monte de cabelo da cabeça, ele foi lá e pegou a maquininha no banheiro dele e ele mesmo raspou a cabeça dele, e imediatamente pensei que meu próprio filho João Gabriel rasparia para mim agora, pois eu não queria ficar mais nenhuma noite com cabelo naquela situação, cheio de falhas assim sabe? Não estava me sentindo bonita, daquele jeito. Com a maquininha em mãos, eles não queriam raspar minha cabeça, inicialmente, mas falei para meu filho que precisava tirar, ele então pegou a máquina e eu coloquei uma toalhinha em volta do meu pescoço e ele foi raspando só que quando ele começou a raspar minha cabeça ele começou a chorar, só que eu não tinha pensado no ato dessa forma e ele com 18 anos raspando a cabeça da mãe, diagnosticada com câncer, comecei chorar, assim observei que não precisava ter feito ele passar por aquilo.

E depois o meu marido também raspou, meus familiares rasparam, parentes do meu esposo também e tive um sentimento de felicidade já que foi um gesto de carinho, que eles tiverem comigo. Para mim aquela mobilização foi um: “Estamos juntos, unindo forças por você, para ser mais fácil, para você não precisar passar por isso sozinha!”.

Viajando desci em uma padaria, tranquila nem estava lembrando que estava careca, mas as pessoas te olham diferente e você lembra que você de fato está com a cabeça raspada, é difícil porque os outros te olham, ficam te olhando, e eu ainda acho que existe um preconceito com a doença e por quem está enfrentando-a é como se fosse um tabu muito grande e eu comecei observar porque eu saio desse jeito, eu vou ao shopping, à igreja; Vou assim, sem peruca, sem lenço, sem nada.

Acho que as pessoas que são acometidas com câncer e perdem o cabelo ficam com vergonha e se isolam em casa, e nesse momento acho que é onde a doença vai piorando porque eu falei com a minha médica essa semana, eu falei doutora eu sei que a mente da gente é primordial para enfrentar o tratamento e se você estiver com a mente boa, você vai conseguir passar pelo tratamento.


Flaviane e o filho João Gabriel, momento do corte de cabelo marcou tratamento - Foto: Cedida pela família

Maracaju em Foco: De onde tem tirado motivação para o enfrentamento a doença?

Flaviane: Confesso que Deus tem sido muito bom para mim, porque eu não tenho sentido tanto as reações que as pessoas falam que geralmente é muito ruim, graças a Deus, eu estou lidando bem com isso; Dessa forma vamos enfrentando, a gente já passou tanta coisa junto e quero enfrentar isso com toda minha família, com o apoio dela e com a forca de Jesus Cristo e nosso Deus, sempre Deus, em primeiro lugar. Deus, meu marido e meu filho são meus companheiros. Ainda tem minha família, meus pais, minhas irmãs, meus cunhados, minha cunhada, que são as pessoas que conto, vamos dizer assim né? Felizmente tem muita gente orando por mim.

Não vou citar nomes, mas eu sei que tem pessoas que eu nem conheço que estão orando por mim, sabe? Que mandam mensagens no WhatsApp. E já visualizei mensagens como: não te conheço, mas, Deus colocou no meu coração que é para eu entrar nessa guerra junto com você e eu to orando por você, e eu senti no meu coração quando vi que era para mim, assim eu só tenho a agradecer as pessoas que oram e eu sei que isso me fortalece.


Edson e Carol (Cunhado e irmã), Flaviane acompanhada de sobrinhos e sua mãe Rosane - Fotos: Cedidas pela família

Maracaju em Foco: Qual mensagem você deixa para as mulheres?

Flaviane:  Deixo a mensagem para que elas se cuidem, quando você for ficando adulta já procure, não espere ter a idade exigida, pois os casos vem ocorrendo cada vez mais cedo, vamos dizer isso também para os pais, que tem filhas, que as leve para fazer os exames preventivos, eu tive o diagnóstico da doença com 35 anos, conheci a tia da minha norinha e ela tem 37, ela também passou por isso agora este ano, então você observa muitos casos cada vez mais cedo, essa história de falar para fazer a mamografia só depois dos 40, eu acho que tem que acabar isso sabe, as mulheres tem que se cuidar mais e cada vez mais cedo.

Eu agradeço a Deus por ele ter me encaminhado logo e eu ter tido o discernimento de correr atrás. E busquei a informação, descobri porque se eu tivesse parado em fevereiro com a primeira opinião médica talvez hoje estaria com a doença em um estágio ainda mais avançado, onde o tratamento talvez não fosse o suficiente.


João Gabriel (esquerda), Flaviane e seu esposo Janio (direita) - Foto: Cedidas pelas família

Reportagem: Ben Hur Salomão Teixeira – DRT/MS 0001391

Foto: Cedidas pela família

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