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Bem Vindo(a), Jornalista Responsável: Gessica Souza DRT/MS 0001526
13 nov 2015 19:08:00
| Última HoraA primeira unidade do programa Rede Solidária, lançado nesta sexta-feira (13), homenageia a socióloga Ruth Cardoso. Casada com o ex-presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, por 54 anos, ela foi a precursora da ideia de unir vários programas sociais e de transferência de renda em um só.
Ruth Vilaça Correia Leite nasceu no dia 19 de setembro de 1930, em Araraquara, interior de São Paulo. Filha do contador José Correia Leite e da professora e farmacêutica Maria “Mariquita” Vilaça, teve uma irmã gêmea, Raquel, que morreu ainda muito nova. Viveu em sua cidade natal até os 18 anos, quando se mudou para estudar Filosofia na Universidade de São Paulo (USP).
Na década de 1950, Ruth Cardoso se envolveu no estudo de movimentos feministas, étnico-raciais e de orientação sexual classificados por ela como “novos movimentos sociais”. Em 1951, Ruth Leite conheceu seu futuro marido, Fernando Henrique Cardoso, então um estudante de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP. Eles se casaram em 1953 e tiveram três filhos juntos: Paulo Henrique (1954), Luciana (1958) e Beatriz (1960).
Ruth formou-se pela USP em 1952. Lá desenvolveu a fase inicial de sua carreira acadêmica. Seis anos depois concluiu o mestrado e, em 1972, o doutorado, com a tese “Estrutura Familiar e Mobilidade Social: Estudo dos Japoneses no Estado de São Paulo”. Sua vida universitária foi interrompida pelo golpe militar de 1964, que levou o casal ao exílio no Chile e na França.
Atuação
Doutora em antropologia pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), durante o exílio e depois dele, Ruth Cardoso atuou em instituições como Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso/Unesco), Universidade do Chile (Santiago do Chile), Maison des Sciences de L’Homme (Paris), Universidade de Berkeley (Califórnia) e Universidade de Columbia (Nova York). Foi também professora da Universidade de São Paulo e diretora do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento).
Entre sua produção acadêmica, podem-se citar os trabalhos “Sociedade e Poder: Representações dos Favelados em São Paulo”, “Bibliografia sobre a Juventude” e “A Aventura Antropológica”. Este último aprofunda a análise de problemas de ordem conceitual ou de procedimentos de investigação, ampliando o debate sobre metodologia e pesquisa em antropologia.
Comunidade Solidária
Nos oito anos em foi primeira dama do Brasil (1995- 2003), Dona Ruth – como passou a ser chamada – decretou o fim da LBA (Legião Brasileira de Assistência), entidade assistencialista, tradicionalmente presidida por primeiras-damas (título de que ela não gostava e preferia não assumir). Fundou e presidiu o Comunidade Solidária, que tinha como foco o fortalecimento da sociedade civil. Para garantir a continuidade dos programas gerados nessa entidade, criou a organização não-governamental Comunitas, em que permaneceu atuante até o fim da vida.
Ruth foi peça fundamental na idéia de unir os vários programas sociais e de transferência de renda dos anos 90 em um único programa, quando vários programas locais de combate à pobreza se espalharam pelo país, especialmente no nível municipal, em cidades como Campinas, Belo Horizonte, Blumenau, Vitória e outras.
Muitos especialistas acreditam que essas iniciativas teriam culminado com a criação do Bolsa Escola, em Brasília e, mais tarde, na adoção do Bolsa Família como um programa nacional do governo brasileiro. Para eles, Ruth teria sido quem impulsionou a unificação dos programas de transferência de renda e de combate à fome no país e teria sido ela quem persuadiu o então presidente Fernando Henrique a adotar esse sistema unificado em nível nacional.
Cargos
Entre seus cargos de destaque, presidiu o conselho assessor do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) sobre Mulher e Desenvolvimento, foi membro da junta diretiva da UN Foundation e da Comissão da OIT (Organização Internacional do Trabalho) sobre as Dimensões Sociais da Globalização e da Comissão sobre a Globalização.
Feminista declarada, a favor do aborto (que considerava uma liberdade feminina), apaixonada pela cozinha e, a princípio, contrária à carreira política de FHC (com quem não se mudou para Brasília quando ele trocou a universidade pela política em 1982), Ruth Cardoso defendia firmemente seu direto à privacidade. Considerava que dar publicidade a sua vida pessoal ou familiar era “misturar o público e o privado”.
Morte
Dona Ruth morreu em sua casa no dia 24 de junho de 2008, aos 77 anos de idade, de um infarto fulminante, pouco depois de receber alta do hospital onde fora submetida a um cateterismo, dois dias antes. Ela conviveu com problemas cardíacos nos últimos dez anos de vida e já havia passado por duas cirurgias para a implantação de “stents” (próteses metálicas colocadas no interior das artérias coronarianas para a desobstrução do fluxo sangüíneo). Seu corpo foi velado na Sala São Paulo, no centro da capital paulista, e esta enterrada no Cemitério da Consolação.
Obras publicadas
Ruth Cardoso publicou vários livros e trabalhos sobre imigração (em especial a imigração japonesa no Brasil), movimentos sociais, juventude, meios de comunicação de massa, violência, cidadania e trabalho. Entre suas obras podemos citar:
O papel das associações juvenis na aculturação dos japoneses (1959)
Estrutura familiar e mobilidade social (1972)
A aventura antropológica: teoria e pesquisa (1986)
A trajetória dos movimentos sociais (1994)
Bibliografia sobre a juventude (com Helena Sampaio) (1995)
Mudança Sociocultural e Participação Política nos Anos 80
Ela também escreveu um livro infantil, Um passeio diferente, publicado pela editora Zit.
Sobre a vida de Ruth Cardoso foi lançada em 2010 uma biografia escrita por Ignácio de Loyola Brandão intitulada Ruth Cardoso – Fragmentos de uma Vida pela Editora Globo.
(Fontes: Wikipédia, Folha de S. Paulo e Agência Estado)
Diana Gaúna, da Subsecretaria de Comunicação do Governo do Estado.
Fotos: Acervo Centro Ruth Cardoso.
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