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Bem Vindo(a), Jornalista Responsável: Gessica Souza DRT/MS 0001526
23 jan 2018 11:09:00
| Colunista em FocoA frase do título pertence á uma campanha que ainda é pouco divulgada. Também pudera, seu início se deu em 2014 no estado de Minas Gerais por iniciativa de profissionais da saúde mental e agentes públicos. Seu sentido é um tanto quanto literal: quem cuida da mente, ou seja, da saúde mental e emocional, cuida de todo o resto. A campanha se chama “Janeiro Branco” e tem ganhado o Brasil a fora, além de já estar inspirando outros países.
Figura 1 – Fonte: theodysseyonline
A campanha busca chamar a atenção para a importância do cuidado com a saúde mental, cujo mês escolhido para abordar a temática é o primeiro do ano. Mas porque janeiro? Este mês, nos convida a planejar e a nos preparar para o novo ciclo que se inicia. Janeiro propõe recomeços, avaliações sobre o presente, análises sobre o passado e novas perspectivas para o futuro. Diante de tantas reflexões, não raras vezes nos pegamos a olhar também para nós mesmos. Para nossas possibilidades, limitações, anseios... Frente á isto janeiro se encontra em posição estratégica para tecermos as várias análises sobre nossa vida, e também, sobre como estamos cuidando do nosso psíquico.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), “saúde mental se constitui em um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade”. O estado de bem-estar nem sempre é estável e nenhuma pessoa se encontra livre de situações que causam desconforto, que geram estresse e até mesmo traumas. Contudo, o que faz a diferença são as atitudes que tomamos diante dessas experiências, ou seja, o que fazemos para contornar tais dificuldades. A campanha Janeiro Branco, propõe então, que a busca por ajuda profissional se faça presente mais vezes e que o cuidado com a saúde mental e emocional também possa entrar na rotina de chek-up da avaliação da saúde. Ou seja, propõe que a busca por saúde mental seja constante.
Nossa rotina tem ficado cada vez mais “apertada” e com tantos compromissos a serem cumpridos, dificilmente conseguimos parar para analisar o estado de nossa saúde psíquica. Em fevereiro do ano de 2017, a OMS divulgou um relatório com dados preocupantes sobre a saúde mental no mundo. Constata-se que nos últimos dez anos, o número de pessoas com depressão aumentou em 18,4%, o que corresponde a 322 milhões de pessoas sofrendo com o transtorno. O Brasil demonstrou dados alarmantes, com 5,8% de indivíduos que apresentam a disfunção, sendo a maior taxa da América Latina. A faixa etária de maior ocorrência esta entre os indivíduos que se encontram entre os 55 e 74 anos. Outra patologia com alto índice de ocorrência entre os brasileiros é a ansiedade, cerca de 9,3% da população apresenta este quadro, que varia entre ataques de pânico, transtornos obsessivo compulsivos, fobias e estresse pós-traumático. São dados que se mostram bastante significativos e que nos chamam a atenção para o fato de o quanto negligenciamos a nossa saúde mental. Estima-se que ano de 2016 mais de 75 mil pessoas tenham sido afastadas do emprego por depressão e entre os anos de 2009 e 2015 cerca de 97 mil pessoas aposentadas por invalidez, em razão de transtornos mentais e comportamentais.
Um fator que pode contribuir para esses dados alarmantes é a questão da estigmatização que paira em torno da saúde mental. Muitas vezes, os transtornos mentais são tratados como tabus, sendo visto como sinal de fraqueza, fazendo com que a busca por ajuda se torne algo vergonhoso. Contudo no desenvolvimento de transtornos mentais estão envolvidos fatores ambientais, de hereditariedade, eventos estressores atuais e passados, alterações clínicas, ou seja, são várias as causas para o seu aparecimento e estamos todos expostos a eles em menor ou maior proporção. O agravamento da situação ocorre quando há o despontamento de sinais e sintomas que não são cuidados desde o início.
Entretanto, não é necessário esperar pela ocorrência de uma desordem mental, para então, cuidar da saúde psíquica. A campanha “janeiro branco” tem isso de bonito: chamar a atenção para a importância do cuidado com a saúde mental e propor uma nova atitude de cuidado com o nosso “eu interior”.
Figura 2 – Fonte: VTM
E por falar nisso, o que você tem feito para cultivar sua saúde mental? Tem se mantido fisicamente e intelectualmente ativo? Tem buscado diversificar seus interesses? Tem procurado se relacionar bem com familiares e amigos? Tem tido qualidade de vida? Nem sempre responderemos sim a todas essas perguntas, porém, o importante é nos atentarmos para o fato de como estamos lidando com essas questões. Por que não aproveitarmos este início de ano para fazer diferente? Um caminho necessário a ser trilhado é o cuidado de si.
A campanha Janeiro Branco vem ganhando cada vez mais a adesão de psicólogos, cidadãos e profissionais de diversas áreas que se propõem a levar mensagens e reflexões sobre a saúde mental e emocional. Esperamos que neste ano possamos seguir dialogando e buscando estratégias políticas, sociais e culturais com todos os agentes de nossa comunidade para que a saúde mental seja promovida em todas as esferas. Esperamos que a busca pelo atendimento possa ser realizada não somente quando há a ocorrência de sinais e sintomas patológicos, mas também para a promoção da saúde emocional. Neste mês, estamos abordando sobre a campanha nas unidades de saúde da região de Maracaju. Convido a todos para participar deste debate tão necessário.
Jéssica Lima de Oliveira, é psicóloga clínica e também atua na saúde pública de Maracaju, fazendo parte da Equipe NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família.
Para mais informações entrar em contato pelos seguintes canais de comunicação:
E-mail: je_oliveira@outlook.com.br, telefone (67)99912-9094.
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